31 outubro 2017

Samhain ou Beltane






Esse amanhecer cinzento
prenuncio da celebração ao anoitecer

Sacrifícios em oferenda...
...ofensas aos pecadores.
Pobres almas maculadas; 
abençoadas sejam
amaldiçoadas sejam
perdidas sigam.

Bebam do cálice do fogo, do ar, da terra e da água
todo o néctar sagrado da estação
bebam à morte e à luz
retirem o véu que cobre os olhos...

E a centelha que acende o fogo
liberta e abranda a lamentação.

Clamo seu nome.
Samhain ou Beltane
Sabbat de encantamentos
No circulo de proteção, o punhal o mel e o fel
Recebo as almas perdidas, as iluminadas
os Deuses e Deusas
Criaturas noturnas 
os meus e teus demônios
com travessuras doces ou doces torturas!

e então sob a luz da Lua sigam...
Blessed be!

21 outubro 2017

Acre

Nenhum penhasco é infinito o suficiente
Nenhum buraco fundo o bastante
Nenhuma dor é tão profunda
Em comparação ao vazio na alma...
Que falta faz
Que horrores traz
Bifurcações sem voltas e sem saídas
O desrespeito, o abandono e a crueldade
O intimo exposto dilacerado
Sangra
Chora
Surta
E então o vazio toma conta
Onde nada mais fertiliza.


29 abril 2017

Existencial



Não sei quem sou
Pois não sou flor
Nem o vaso de sua morada
Ou a terra adubada onde deitam suas raízes
Queria ser tempestade
Com sua força destrutiva e ao mesmo tempo reparadora
Onde seus ventos varrem folhas mortas e vivas,
Desnudando, ceifando, preparando o solo fértil
Ou o temporal que velozmente agulha, fere e abre caminho.
Mas nem mesmo a leve brisa sou agora.
Aquele caminho tranquilo
Envolto de frescor lilases ou outonais
Aquela trilha tortuosa que sobe e desce margeando abismos; não.
Não sou.
Serei o precipício? Mar revolto? Não sei...
Não, não sou, não sei.

Por hoje eu sou alcatrão.

11 fevereiro 2017

Perdi o dia de ontem
Mergulhado no passado, ouvindo a narrativa de um destino não esperado
Devorando cada palavra, toda energia
Sentindo a pele cenas não vividas
Encontrando ídolos improváveis,
Criaturas imperfeitas e ainda assim cobertas pelo manto da inocência de quem seduz...
O dia de ontem não retorna
Deixou a lembrança, o gosto amargo das escolhas de um caminho tortuoso
Perdi o dia de ontem,
Ele não existiu, ficou o vácuo.
Ontem, hoje, amanhã... engolidos, digeridos e regurgitados em atos e fatos
Cenário de utópicos desejos não realizados
O dia de ontem eu perdi...sepultado...
...em murmúrios delirantes do autor embriagado de nefasta devoção.

10 fevereiro 2017


"Sopra o vento à sombra da asa

O pássaro canta o sopro d’alma
Daquele que sonha, na realidade encanta o ar
Com sussurros escusos no retorno do mar
E então retornar...
Mahare 03/1993"

Asas Incandescentes


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A brisa suave traz aos ouvidos
o nome impronunciável... o som da voz vem com a neblina em eterna sinfonia o cheiro envolve todo o ar
inebriando os sentidos pulando uma batida o mundo para, num breve instante, quando olhos encontram olhos o redemoinho que se forma no centro em tempestade desestabiliza e atordoa; sentindo o sabor ainda não provado que crê um dia será roubado...e devoradoe deliciadoassim sagradoassim profano
e a noite é pouca; o espaço limitado; a vontade intensa... a loucura no limiar...


Suspenso...

O ontem não acaba

Passional


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Punhal enferrujado
Enterrado no peito
Ferindo, infeccionando
Banhado em cianureto
Cravejado de espinhos
Envenena em múltiplas partículas
Cutuca
Não cicatriza
Dor insana irracional
Ladra de toda cor
Faz sufocar, oprime
Perturba
E dela brota a escuridão



A brisa suave traz aos ouvidos
o nome impronunciável... o som da voz vem com a neblina em eterna sinfonia o cheiro envolve todo o ar
inebriando os sentidos pulando uma batida o mundo para, num breve instante, quando olhos encontram olhos o redemoinho que se forma no centro em tempestade desestabiliza e atordoa; sentindo o sabor ainda não provado que crê um dia será roubado...e devoradodeliciado e a noite é pouca; o espaço limitado; a vontade intensa... a loucura no limiar...


12 janeiro 2016

Depois  de um longo inverno, retorno.
Volto sem um texto, mas retorno.
Volto as minhas leituras um pouco abandonadas, volto em busca de inspirações e satisfações.
Revejo ideias, palavras, frases e imagens.
Certos personagens ainda me fascinam e eternos.


  "it's beyond my control"

17 outubro 2014

me perco no vento
absorvo seu fel
tênue lógica
insensatez
no rastro de poeiras
sigo, bifurco e resisto...

08 fevereiro 2014

Fachada que se mantem intacta
Interior deteriorando-se
A arvore no quintal perdeu suas folhas, agora levadas pelo vento...
...impiedoso.
Roseiras murchas, sem vida.
Laços desfeitos, nós desatados.
Uma lagrima de chuva escorre pela vidraça embaçada e empoeirada
casa vazia.
Uma unica gota antes do diluvio que chega feroz.
Rachaduras que no alivio, nem mesmo hidrata
rugas deixadas pelo tempo infértil
não retorna.
Deserto ao redor da solidão.
Dor que dilacera impotência pelo nada que aumenta devagar
Enquanto calafrios perturbam e  vagam sem rumo por entre as paredes nuas.

18 março 2012

...e ela vem vestindo um salto 15 de verniz preto , as unhas pintadas de vermelho sangue, no corpo nada alem do perfume almiscarado....

15 março 2012

“Delicadamente pela fresta aberta da cortina a luz da lua entra
iluminando alva tez
deixando por entrever rubro frescor de seus lábios
a brisa que sopra suave por desnudos caminhos intocados
curvas, serras , planaltos e planícies que escondem secretos abismos por onde deve saltar ,mergulhando em submissão ao obscuro desejo
predador com seus violentos olhos violetas é preso na alma dos olhos verdes que o encaram com fascinação...
anjo e demônio em conjunção e simetria completos e complexos...
e a adorável noite teve inicio!”

01 dezembro 2011

piel


A pele que habito é marcada, riscada e colorida
é enfeitada com traços desenhados por varias mãos
tintas... hennas...
dragões, pimentas e mandalas
é tela em exposição
é  vitral de meu templo...